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Pantone 2026: Por que a escolha do branco Cloud Dancer dividiu a internet (e o que sua marca pode aprender com isso)

  • Foto do escritor: Ariane Abdul
    Ariane Abdul
  • há 2 dias
  • 5 min de leitura

Quando a Pantone anunciou Cloud Dancer como cor do ano de 2026, a reação do mundo do design foi... digamos, intensa. E dividida.


De um lado, a gigante das cores defendeu a escolha como um símbolo de clareza, pausa e recomeço em tempos caóticos. Do outro, designers do mundo inteiro criticaram o timing, questionaram a falta de ousadia e até chamaram a decisão de "indicador de recessão".


Cor do Ano Pantone Cloud Dancer

Mas antes de entrarmos no debate (que tá bom demais), vamos entender uma coisa: por que diabos a cor do ano importa tanto assim?



A Pantone não escolhe cores por acaso


Desde 2000, a Pantone Color Institute define anualmente uma cor que, segundo eles, representa o zeitgeist — o espírito da época. E não é chute. O processo envolve análise profunda de:

  • Comportamento do consumidor

  • Tendências em moda, arte, tecnologia e entretenimento

  • Movimentos culturais e políticos

  • Economia global


Quando a cor do ano é anunciada, ela vira referência imediata para indústrias inteiras: moda, arquitetura, design de produto, embalagens, branding, publicidade. É influência em escala global.


E 2026 trouxe algo que não acontecia desde 1999: um tom de branco.



Cloud Dancer: a cor que ninguém pediu (segundo a internet)


Pantone 11-4201 Cloud Dancer é descrito oficialmente como um branco quente, aéreo, que "oferece p

romessa de clareza" e "liberação da distração de influências externas".

Leatrice Eiseman, diretora executiva do Pantone Color Institute, explicou:


"A cacofonia que nos cerca se tornou avassaladora, tornando mais difícil ouvir as vozes de nossos próprios selves internos. Cloud Dancer é uma declaração consciente de simplificação."

Linda a fala. Mas a internet não comprou.


O que os designers disseram:


Jason Rhee (designer da Rheefined Company) cutucou o timing político:"Escolher a cor branco durante este clima social e político realmente diz algo..."


Jennifer Cataldo (Maison Cataldo) foi direta:"Como designer, minha reação imediata foi decepção. Parece seguro e sem imaginação em um momento em que o design está pedindo profundidade e alma."


E os comentários nas redes sociais não pouparam:

💬 "A cor do ano ser sem cor é um indicador de recessão."

💬 "Se eu tô esgotado, branco não vai me curar. É estéril, sem graça."

💬 "Sua escolha é tão inspiradora quanto maionese."


Ouch.


Cores Pantone


Mas e os dados? O que eles dizem?


Aqui fica interessante. Porque por mais que o branco tenha gerado revolta, os números contam outra história.


O minimalismo ainda é queridinho do público


Segundo pesquisa da Adobe (2023), quase dois terços dos consumidores (66%) favorecem designs minimalistas. A tendência é especialmente forte entre Millennials e Gen Z — justamente o público que mais consome e compartilha conteúdo visual online.


O mercado de design gráfico, aliás, deve crescer de USD 55,10 bilhões em 2025 para USD 81,30 bilhões até 2030. Ou seja: design (e suas tendências) movimenta MUITA grana.


Mas tem um porém: o maximalismo está voltando


Ao mesmo tempo em que o minimalismo domina as preferências, existe um movimento crescente de maximalismo como reação. Especialmente a Gen Z, cansada do "mar de igualdade visual" criado por anos de minimalismo genérico, busca experiências visuais que "parem o scroll".


É o efeito pêndulo: quando todo mundo faz igual, ser diferente vira estratégia.


E tem mais: 82,7% usam dark mode


Aqui entra a ironia máxima: 82,7% dos consumidores usam dark mode em seus dispositivos. E a Pantone escolhe... branco.


Coincidência? Contraponto necessário? Desconexão com a realidade digital?

Cada um tira sua conclusão.



O que sua marca deveria aprender com essa polêmica


Ok, chega de dados e debates. Vamos ao que importa pra você e sua empresa.


1. Tendência não é manual de instruções


Cloud Dancer pode ser a cor do ano. Mas isso não significa que ela precisa estar na sua paleta de marca.


Seguir tendências sem critério é o caminho mais rápido pra diluir sua identidade visual. Branco pode ser sofisticação minimalista ou vazio sem propósito — tudo depende do conceito por trás.


2. Contexto importa (e muito)


A polêmica do Cloud Dancer mostra que timing e contexto pesam tanto quanto estética. Uma cor pode carregar significados diferentes dependendo do momento cultural, político e social em que é apresentada.


Por isso, antes de abraçar qualquer tendência, pergunte:

  • Isso faz sentido pro meu público?

  • Conversa com os valores da minha marca?

  • Ou eu só quero parecer "atualizado"?


3. Identidade > Hype


Marcas fortes não perseguem tendências — elas criam referências.

Pense na Coca-Cola (vermelho vibrante), na Tiffany (azul característico), na Nubank (roxo que virou assinatura). Essas marcas não mudaram suas cores quando a Pantone anunciou algo novo. Porque identidade visual bem construída sustenta — não expira.


4. Mas também não ignore o mundo ao redor


Só porque você não deve seguir cegamente as tendências, não significa que deve ignorá-las completamente.


Entender o que está em alta te ajuda a:

  • Contextualizar seu posicionamento

  • Identificar oportunidades de diferenciação

  • Antecipar mudanças no comportamento do consumidor


Tendência inspira. Identidade sustenta.


A diferença entre marcas amadoras e profissionais tá justamente em saber quando surfar na onda — e quando nadar contra ela.


Pantone


Afinal, Cloud Dancer foi uma boa escolha?


Depende de como você olha.


Se o objetivo era gerar conversa, debate e reflexão sobre o papel da cor no design contemporâneo? Missão cumprida. Ninguém falou tanto de Pantone quanto em 2026.


Se o objetivo era oferecer uma cor universalmente amada e aplicável? Aí a história é outra.


Mas talvez esse seja justamente o ponto: nem toda escolha precisa agradar. Algumas precisam apenas provocar.


E Cloud Dancer provocou. Mostrou que simplicidade pode ser revolucionária — ou problemática — dependendo do contexto. Que branco pode ser pausa necessária ou fuga da realidade. Que tendências são poderosas, mas nunca maiores que identidade.



E a sua marca? Tá seguindo tendências ou construindo identidade?


Se você ainda não tem clareza sobre a identidade visual da sua empresa — ou se sente que está apenas "seguindo o que todo mundo faz" — talvez seja hora de repensar.


Na AJ Creatività, a gente não constrói marcas que expiram com a próxima tendência.A gente cria identidades visuais estratégicas, que conversam de verdade com quem sua empresa é e com quem ela quer alcançar.

Porque no fim das contas, branco, preto, colorido ou monocromático — o que importa mesmo é se sua marca tem algo a dizer.


📩 Vamos conversar sobre a identidade da sua marca?


Entre em contato e descubra como transformar design em estratégia.



Fontes e referências

  • Pantone Color Institute — Declarações oficiais sobre Cloud Dancer 2026

  • Adobe Consumer Research 2023 — Preferências de design dos consumidores

  • Reações de designers: Jason Rhee (Rheefined Company), Jennifer Cataldo (Maison Cataldo), Emily Simmons

  • Estatísticas de uso de dark mode e comportamento digital 2024

  • Relatório de mercado de design gráfico 2025-2030

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